sábado, 13 de setembro de 2008

Falando mal da cidade

Eita, quanto tempo! Vez por outra lembrava que tinha um blog, mas fazia questão de esquecer que tinha lembrado, enfim, é tanta coisa pra fazer nessa vida moderna que, insistem em chamar de pós-moderna, que não sobra tempo para muita coisa não, e ainda, em se tratando de escrever aí falta coragem e também inspiração. Mas cá estou novamente tentando dialogar um pouco com vocês sobre nossas experiências no dia-a-dia ...

Bem! Pra retornar queria falar um pouco mal da minha cidade, não é um bom tema de retorno, mas foi o que me inquietou essa semana, e me fez ter vontade de escrever. Quero deixar claro que, às vezes, gosto da minha cidade, mas nem sempre. Ela me decepciona um bocado.

Campina Grande sempre apareceu nos discursos de jornais, de políticos, da sua “elite pensante” (odeio esse termo), como uma cidade moderna, progressista e até hoje se pretendo como tal, mas, a bem da verdade, a meu ver, são só discursos de um grupo interesseiro e sem uma visão mais ampla da diversidade de pessoas, concepções, interesses, vontades...que formam uma cidade. Digo isso porque, se um grupo ou grupos de influência defendem os seus interesses muitos ficam a mercê de suas decisões, e que na maioria das vezes são bastante arbitrárias. E isso é bem presente em se tratando dos nossos políticos que se utilizam de práticas nada “modernas” e “progressistas”, e sim, reacionárias e pouco democráticas, mas, como já disse, os interesses deles divergem da maioria de nós, infelizmente.

Por que estou me remetendo a isto? Pois bem, mas precisamente segunda-feira passada dia 08 de setembro, na minha obrigação de retornar as minhas pesquisas da dissertação- estava até muito entusiasmada - me dirigi aos arquivos do Diário da Borborema para assim, prosseguir nas minhas interlocuções com o passado – ofício do historiador – quando tive a grata, ou melhor, desagradável surpresa, que determinantemente estava proibido o acesso de qualquer pessoa naquele arquivo durante todo o período da política. Primeiro sentimento que tive ao me deparar com tal informação foi de um quase desespero, pois pensei “o que será agora das minhas pesquisas e da minha pobre dissertação...e os meus colegas que também dependem desse arquivo, caso ainda não tivessem concluído as suas pesquisas”? Respirei fundo e perguntei, mas o que tem a ver uma coisa com a outra? e ele de uma forma bem natural respondeu “não queremos ninguém pegando matérias para fazer denúncias...” segundo sentimento que me ocorreu, raiva...pensei em discutir, argumentar mas, seria inútil. Ainda questionei: “vamos atrasar nossos trabalhos por causa da política!? Besteira minha...o que interessa nossas pesquisas, projetos de vida, em meio a ameaça de algo que possa a vir denegrir a imagem do candidato que, generosamente, contribua financeiramente com aquele grupo de comunicação? Nada né?

Não sei se isso é uma prática comum em outras cidades, acho pouco provável, nem se algum outro meio de comunicação da cidade adotou essa postura, mas também pouco me importa. São atitudes como estas que refletem um pouco das artimanhas, manobras políticas que nos envergonham...
Ah! Quanto a pesquisa, tem alguns exemplares na Faculdade de Comunicação Social é lá que estou me virando até acabar a política. Para quem pesquisa a partir da década de 1980 o Museu Histórico de Campina Grande também dispõe de um acervo. Rogo a Nossa Senhora Destrancadora de dissertações que essa atitude fique restrita, única e exclusivamente ao Diário da Borborema. Assim seja!